Maconha



Também chamada "erva" ou "fumo".

Mistura de folhas, caules e inflorescências da planta Cannabis sativa.

Geralmente usada em forma seca, fumada em cigarros artesanais preparados pelo próprio dependente; estes cigarros são chamados baseados ou finos.

Ao ser queimada, a erva exala um odor enjoativo característico, apelidado de "maresia"

Existe uma preparação mais potente, obtida com a resina somente das inflorescências superiores da planta, chamada haxixe. Cerca de 8 vezes mais potente que a maconha, geralmente é ingerido, não fumado. Praticamente desconhecido no Brasil.

O cultivo da maconha é ilegal em quase todos os países.

O princípio ativo da maconha, conhecido pelo seu ingrato nome químico de tetra-hidro-canabinol, é freqüentemente abreviado como THC.

A maconha era conhecida na Ásia Central e na China já desde 3000 a.C. Era considerada uma droga poderosa da medicina popular, sendo receitada na forma de chás, invariavelmente com outras ervas, para algumas doenças. A dose usada parece que era pequena demais para qualquer efeito.

Por volta de 1900, começou a ser usada como "droga", para obter "barato". Durante os anos 60, foi cultuada pelo movimento Hippie, e seu uso como droga começou a se espalhar, principalmente entre estudantes e jovens. Desde o final da década de 60, é a droga causadora de dependência mais usada, depois do álcool.

Uma pesquisa de 1982 do NIDA (National Institute on Drug Abuse) nos EUA, demonstrou que um pouco menos do que 1 em cada 3 jovens de 18 a 25 anos já experimentou maconha pelo menos uma vez na vida. No Brasil, estatísticas não tão abrangentes indicam que em nosso país a situação é semelhante.

Houve toda uma discussão sobre se a maconha pode causar dependência. Sim, ela causa dependência psicológica, e profunda. A dependência física não é chamativa, e ninguém tem sintomas graves de abstinência de maconha (como, por exemplo, as convulsões que podem ocorrer na abstinência do álcool). Não obstante, é um droga formadora de dependência, difícil de sobrepujar. Por exemplo, entre usuários de várias drogas em recuperação, é freqüente que não sintam falta do álcool e da cocaína, do crack e das anfetaminas após algum tempo de abstinência, mas que sintam falta da maconha até após longos períodos de abstinência. Muitas vezes, voltam a usar maconha "por bobeira", recaindo para a maconha e para outras drogas.

É raro que na primeira vez que usa maconha, a pessoa sinta qualquer efeito psicológico. Muitas vezes, nada sente, ou enfrenta sintomas físicos até desagradáveis, como diarréia, por exemplo. O efeito total vai se desenvolvendo com o uso, demorando mais ou menos conforme a pessoa.

No início do uso, os colegas do usuário lhe dizem que "É assim mesmo!", que é preciso continuar a usar até ter o efeito, descrito como uma experiência muito agradável, (Exageradamente agradável, como sempre acontece quando um dependente fala do efeito de sua droga). Estimulado pelo grupo, e confiante de que "Não vou ficar viciado de fumar umas poucas vezes!" ou de que "Maconha não vicia!", a pessoa continua o uso, sem saber no que está se metendo.

A dependência psicológica vai se estabelecendo aos poucos, sem que o usuário o perceba, e não é preciso o uso diário ou intenso para que se estabeleça.

O usuário quer sentir aquele efeito tão maravilhoso que lhe foi descrito em cores tão vivas. Obtém efeito, mas ele não é tudo aquilo que lhe dizem ser. A solução que lhe aparece na cabeça é intensificar o uso... ou procurar uma droga mais "eficaz". Este é um dos problemas da maconha: é a porta de entrada para outras drogas. Dificilmente, o usuário de maconha fica só na maconha. Por exemplo, de todos os dependentes de maconha em tratamento no CAPS em Joinville em 1996, nenhum nunca tinha experimentado outra droga.

O THC é uma droga depressora do Sistema Nervoso Central. Isto quer dizer que faz com que o cérebro e o corpo "andem mais devagar".

Os usuários de maconha relatam duas fases da intoxicação pela droga: inicialmente, quando a droga somente está "desligando" os controles internos que possuímos, ocorre desinibição, com euforia, aumento da sensibilidade a estímulos sonoros e visuais, e uma certa confusão de sentimentos. À medida que a droga vai deprimindo outras funções cerebrais, aparecem sedação e apatia; uma mudança na maneira como a pessoa sente seu próprio corpo e seu ambiente; a percepção do tempo é alterada, parecendo que o tempo "deu uma parada". O pensamento é perturbado por uma mistura de idéias e memórias fragmentadas. Oscilações de humor, variando de alegria a tristeza, de ansiedade a apatia. Sensações agradáveis relatadas são "prazer", "tranqüilidade" e sensações "esquisitas mas agradáveis" vindas dos 5 sentidos; sensações desagradáveis incluem confusão mental, reações de pânico agudas, medo, desesperança, perda do controle de si mesmo.

Doses maiores (ou mesmo doses pequenas em pessoas sensíveis) podem causar alucinações, paranóia, delírios e despersonalização.

Da parte física, a maconha provoca aumento da freqüência cardíaca; olhos vermelhos por congestão; aumento do apetite; sonolência, dificuldade de controle muscular, e um sentimento de opressão no peito.

Como no caso do álcool, a intoxicação por THC provoca uma diminuição da memória, da capacidade de raciocínio, da memória, da concentração e da capacidade de reação necessária para dirigir ou operar máquinas.

O uso crônico da maconha pode desenvolver uma síndrome amotivacional, caracterizada pela falta de interesse, motivação, vontade e energia. A pessoa não se importa com nada, não deseja fazer nada, deixa sua vida familiar, social, sexual, profissional, relacional, estudantil, tudo. Virtualmente, a pessoa vegeta, e não se importa com isto.

A maconha tem sido alvo de todo um lobby de determinados grupos da sociedade em prol de sua legalização (na verdade, que seu porte e uso não sejam considerados crime). Para isto, a maconha tem sido apresentada como uma droga "light" (o que não é!), uma droga "natural" (que não quer dizer nada, pois o tabaco também é natural e ninguém diz que fumar é bom!), uma droga que não causa dependência (apesar de causar!) etc. etc. O objetivo de toda esta campanha é que a sociedade encare a maconha como uma "droguinha" inócua...






Data de criação da primeira página da Associação na Internet: 22/05/98

Data da última atualização desta página: 30/05/00